sábado, agosto 27, 2022

POESIA ANDARILHA

 Escrevo poesia aos pedaços

porque minha vida

é vivida em fragmentos:

um dia de cada vez.

Assim como a vida

minha poesia, às vezes, explode

e se espalha sobre o chão

onde as pessoas pisam.

Minha poesia as segue

porque gruda em seus pés.

terça-feira, agosto 09, 2022

A DANÇA DO CORPO

 

O corpo dança

Desce

Relança 

no espaço vazio

Da esperança

Que se transforma

Em abundância:

Um dia

 

O corpo dança

Se consome

Repensa

Na luz da candeia

Que se alumina

E se transforma

Em relevância:

Um dia

 

O corpo dança

E se lança

Absorve

O brilho da magia

Que se recria

E se transforma

Em criança:

Todo dia.

 

quarta-feira, abril 27, 2022

AS ROSAS E AS RODAS

Rodas

Transladam, por ventura, do eterno para o efêmero:

Levam meu adeus às rosas

Laranjas

Vermelhas

Lilases.

Rosas tiranas

Rosas da aurora

Tiranas rosas 

Nosso amor primordial roda.

Nos caminhos das rosas,

Rodam.

terça-feira, junho 29, 2021

quarta-feira, maio 19, 2021

RELEITURAS ROSEANAS 43

 

Eu queria era uma saudade

Daquele sertão, daquela beira de rio

Porque o rio está sempre lá

Embora nunca seja a mesma água

Ele quer sempre é chegar

Nas larguras e profundezas.

 

Quero dormir de cara para a lua cheia:

Tudo é preto no meio do luar

Preto e invisível quero ficar.

 

Vida é um conceito que a gente cria

Rastreando e medindo o mundo

A olhos e a cheiros de manhãs.

Todo dia é véspera e acontece,

Acontece por já estar pronto,

Mesmo sem a gente saber

Do amanhã, em nossos sonhos.

 

Em sonhos procuramos destinos

Pedimos que não nos atrapalhe

Contamos nossos segredos de viver

Nossa realidade, sem astúcias,

Nossas esperanças e desconsolos.

Na vida aprendemos, sempre,

A fazer nossas grandes perguntas

Ao rio que, em sussurros, nos responde:

É na alegria que se realiza.

 

Na alegria eu me levanto

Sabendo tudo que eu quero

Uma coisa somente eu diria

Quero apenas ser sempre eu.

E como o rio vou seguindo

Procurando larguras e profundezas.

RELEITURA ROSEANA 42

 

Aquele sossego presente nos silêncios:

Rastros, deixados por falas humanas

Nas carregadas brisas das manhãs,

Perturbam corações inquietos.

Não é, necessariamente, o silêncio

O elemento mais perturbador,

É a desesperança que o acompanha.

 

Territórios precisam de esperança

Para além de suas esquisitices,

Para além de suas tristezas interligadas.

Recordar, é o que sobra

De nosso entendimento das trivialidades.