sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Espectador e espectáculo



Sou um espectador,

quero o espectáculo

quero a obra de arte

não a realidade empírica da vida.

Essa, eu a vivo cotidianamente

mesmo sabendo que ela nos engana.

O espectáculo, quero transforma-lo em realidade.

De qualquer modo,

a vida é um fenômeno

(espectáculo) puramente estético

onde espectador e actor se mesclam

na contemplação e no saboreamento

dos prazeres clássicos quase imortais

desde Homero e Sófocles.



FILOSOFIA DE CARNAVAL



Existência do mundo

é fenômeno estético

ou é a estética do mundo

um fenômeno aleatório?

Sequência de jogos de dados

duplo seis transforma natureza

evoluindo não se sabe para onde?

Ou existência do mundo,

fenômeno das probabilidades

sequenciamento frutuoso do caos?

O artista é um pessimista

puro e romântico?

Otimistas, por opção intelectual,

não tem chances nas artes?


No carnaval, visto-me de palhaço

e aprendo melhor a rir

ou fantasio-me de mulher

e aprendo melhor a amar

ou me transformo em calango

e aprendo a melhor ver as entranhas

dos muros de pedra.

O encantamento dionisíaco das metamorfoses

por momentos, apesar das realidades,

permitindo viver um pouco além delas,

é o encantamento singular do carnaval.


Agora, aprender com as metamorfoses,

é assunto pessoal.





domingo, fevereiro 08, 2009

As sombras e as almas



Gosto, à noite, quando o silêncio se avoluma. 
Paradoxalmente, dos sons distingue-se os timbres. 
Mas, sou homem diurno, de sol bem quente, 
quando as sombras são contrastantes.

Há riscos evidentemente: 
em dias de verão escaldante 
as sombras costumam ganhar vida própria 
lutam com as almas dos viventes 
apoderando-se de suas vontades. 
É quando a preguiça os alcança.