sexta-feira, setembro 04, 2009

ÍCONES





Imaginação e fantasia
ÍCONES
Woodstock quarenta anos
Índigo blues
Verso e reverso
Pressão no marketing
Na história dos tempos
Transformados em imaginários
Coletivos rebelados e debelados
A intenção para no meio do caminho:
quem cria e quem recria
dizem a mesma coisa?


Poesia não é código, palavra sim.
Poesia reutiliza, polemiza,
Anarquiza o código
Coloca o homem na frente do tempo
Tempo seguindo atrás do tempo
Nunca se distanciando de si próprio
Em demasia.


Tempo, distância segura
Entre transgressão e apropriação
Na inovação tecnológica e cultural.


A história tem sempre razão
Ou joga com o imaginário do tempo moderno
A partir do imaginário do tempo antigo.
Os homens jogam dados com o universo
E a natureza agradece.



BOCEJO DOMÉSTICO





Entrei nas roupas
depois do bocejo doméstico
na manhã invernal.


Não tenho medo do futuro,
penso que ele me suportará
pois não tenho a convicção dos idiotas,
tenho a dúvida!


A dúvida que me faz qualquer,
pensador das utopias
prosador das ficções
leves e lúdicas.

A dúvida me faz universal
na pequena aldeia onde moro
pequena aldeia de cidade grande
quatrocentos metros quadrados
de quase virtualidade do mundo
grande aldeia de calangos!


Vestido para grandes dias
deixo a aldeia para viagem.
Claro, de ida e de volta:
nenhum pedágio não pago
impedirá meu retorno
a meu castelo de cores grenás
em minha aldeia quase-virtual
incrustada em paradoxos urbanos:
Seguranças inseguras
Solidão acompanhada
Vácuos em meios materiais
Argumentos desalinhavados.


Como minha morena está bonita
Em seu novo corte de cabelo!
Durante meu bocejo doméstico
na manhã invernal
contemplando pássaros da aldeia
quase-virtual
vivo aquele momento da transformação
da ficção em virtualidade quase-real
momento justo da curvatura da vara
curva da vida
instantes memoráveis de quase-qualquer que sou.