Poesias urbanas, do cotidiano, da natureza das coisas, são temas do poeta. Seu universo poético varre, principalmente, os poemas curtos, incluindo haicais e aldravias, além de outros, sínteses de variadas inspirações filosóficas e mundanas.
segunda-feira, dezembro 24, 2012
NOVO ANO
Para o ano novo, desejo:
- que o tempo não se meta
na vida dos amantes.
Nem dos velhos.
- que o sofrimento não atemorize corpos.
A morte chegue suave
aos doentes terminais
ao som dos Beatles no serrote uakti.
- que a luz dos olhos de minha morena
brilhe como faróis em tempestades
e enxergue bem longe.
Guiando. Como sempre.
- que ninguém perceba o negro pela cor,
mas.
Pela beleza intrínseca.
Pela inteligência tão normal
de qualquer cor.
- que a indignação não desapareça
dos semblantes éticos.
São poucos.
Precisam crescer como pragas boas.
- que a vida,
e a alegria de viver,
sempre renasça no sorriso das helenas,
tão pequenas, serenas.
- que a minha poesia sobreviva
a minhas botas e a minhas luvas
(creio ser melhor poeta que boxeador)
e meu bom humor permaneça
além das memórias.
CURTA 192
Em meus muros de pedra entram
calangos e jararacas:
repteis de frestas.
Inimigos por tais, mortais.
sexta-feira, dezembro 21, 2012
QUINTAL
Meu quintal tem
árvores, flores e pássaros -
sabiá, beija-flor e rolinhas;
saíras e cambaxirras. -
Saracuras da vizinhança
cantoras do alvorecer.
Meu quintal tem
animais outros diversos -
calangos coleiras e jararacas,
morcegos residentes no telhado -
eu mesmo sou meio bicho:
sem escamas nem penas,
meio bicho apenas.
terça-feira, dezembro 04, 2012
CURTA 188
Terra no caminho do Sol
envia a noite a solfejar em meus ouvidos.
Dormirei até o cantar das saracuras,
de manhãzinha,
na beira do riacho.
sábado, novembro 24, 2012
sexta-feira, novembro 16, 2012
CURTA 185
Nade contra a correnteza
em rio largo
uma vez na vida.
Sobreviva.
Isso é valorizar a vida.
quarta-feira, novembro 14, 2012
OBJETOS 46
Objetos para desarmar luísas:
coração ainda maior no peito
bombeando as horas mais aflitas;
paquímetro afiado nas medidas
daqueles atalhos infindáveis;
água de cheiro em colo moreno
para sonos e sonhos sem medo.
segunda-feira, novembro 12, 2012
CURTA 184
Tem um evento?
Use o vento a favor.
Não tem vento? Reme,
nade ou corra sobre as águas.
Se o evento for imperdível.
PROJETO 02
PARA SALVAR ÉDIPO DA CEGUEIRA
PROBLEMA: Édipo arranca os próprios olhos quando descobre que, ao tentar correr contra o destino, ele se afunda mais nos caminhos traçados pelos oráculos.
OBJETIVO: Propor um programa de coaching-terapia para Édipo não acreditar demais em destino e oráculos e cuidar mais de sua própria vida.
PROCEDIMENTOS: Mostrar a Édipo que o conflito entre destino e livre arbítrio é um falso conflito. O homem é o responsável por suas próprias tragédias.
RESULTADOS ESPERADOS: Não fosse Édipo tão impulsivo e de humor oscilante (bipolar?) não teria matado Laio por motivo tão banal. Não fosse Édipo tão vaidoso de sua inteligência não teria casado com Jocasta como prêmio de sua vitória sobre a Esfinge de Tebas. Também não leríamos esse maravilhoso clássico de Sófocles sobre a natureza humana, nem Freud teria avançado na psicanálise ao tentar desvendar um complexo universal.
PROBLEMA: Édipo arranca os próprios olhos quando descobre que, ao tentar correr contra o destino, ele se afunda mais nos caminhos traçados pelos oráculos.
OBJETIVO: Propor um programa de coaching-terapia para Édipo não acreditar demais em destino e oráculos e cuidar mais de sua própria vida.
PROCEDIMENTOS: Mostrar a Édipo que o conflito entre destino e livre arbítrio é um falso conflito. O homem é o responsável por suas próprias tragédias.
RESULTADOS ESPERADOS: Não fosse Édipo tão impulsivo e de humor oscilante (bipolar?) não teria matado Laio por motivo tão banal. Não fosse Édipo tão vaidoso de sua inteligência não teria casado com Jocasta como prêmio de sua vitória sobre a Esfinge de Tebas. Também não leríamos esse maravilhoso clássico de Sófocles sobre a natureza humana, nem Freud teria avançado na psicanálise ao tentar desvendar um complexo universal.
quinta-feira, novembro 08, 2012
CURTA 183
O que seria viver o agora,
se tempos em cima
embaixo tem horas?
Locus e Chronos:
variáveis aleatórias.
domingo, outubro 28, 2012
PROJETO 01
PARA DESENCANTAR AVIÕES
Problema: os air bus, boeings e outros aviões decolam cheio de encantos, o que acarreta problemas de ilusões periféricas nos passageiros, principalmente em crianças e viajantes esporádicos.
Objetivo: criar um programa de desencantamento de aviões antes de decolarem.
Procedimentos: reza brava de pai de santo homologado pelo ministério da cultura e da defesa civil, com um mínimo de dez anos de experiência em desencantar aviões.
Resultados esperados: aviões desencantados e passageiros sem ilusões periféricas (eles podem ter, ou adquirir no processo, outras ilusões, por exemplo, de que os voos são confortáveis e pontuais).
Problema: os air bus, boeings e outros aviões decolam cheio de encantos, o que acarreta problemas de ilusões periféricas nos passageiros, principalmente em crianças e viajantes esporádicos.
Objetivo: criar um programa de desencantamento de aviões antes de decolarem.
Procedimentos: reza brava de pai de santo homologado pelo ministério da cultura e da defesa civil, com um mínimo de dez anos de experiência em desencantar aviões.
Resultados esperados: aviões desencantados e passageiros sem ilusões periféricas (eles podem ter, ou adquirir no processo, outras ilusões, por exemplo, de que os voos são confortáveis e pontuais).
sábado, outubro 27, 2012
POEMA PARA A PRIMAVERA
Pensava escrever um poema simples,
Fundamental sobre a primavera.
Palavras não surgem de árvores,
Pelo menos quando a gente quer:
Atravessei o portal para ver a primavera.
Meu pé de aroeira espalha sementes;
Uma orquídea desabrocha;
Último maracujá do ano se amarela
Cambaxirra residente canta como nunca;
Sabiá se aloja e procura parceiro;
Abelhas estão atrasadas: - falta de chuva;
João de barro faz outro ninho no poste;
Rolinhas, como sempre, ocupam espaço;
Formigas apareceram hoje à tardinha
(amanhã preciso espantá-las, pensei);
Flores miúdas brotam em todo o jardim:
beijos, crisântemos, lírios, jandiras, etc.
Há emoção à vista, venham ver!
A primavera é como o rock’n roll
cantado com vibrações no esôfago,
é como a guitarra de Jeff Beck.
Então, para quê escrever sobre a primavera?
Vai lá fora, cara. Sinta!
Tussa com a poeira de polens!
O Poema? Hora dessas, ele vem de mansinho.
quinta-feira, outubro 25, 2012
OBJETOS 45
Objetos para descortinar o caos:
tralhas embaraçadas no porão,
reminiscências de valores antigos;
pimenta malagueta na boca
horrorizando sabores delicados;
jogos de paciência explícita
para ver o mundo se reorganizar.
quarta-feira, outubro 24, 2012
CURTA 182
Um sopro e uma asa
mantém um avião no ar;
um sopro e uma tela
mantém um barco no mar;
um sopro e uma chama
faz minha vida incendiar.
quinta-feira, outubro 18, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 15
1. Eu acredito: que as tarde ensolaradas de primavera são simplesmente magníficas; que em toda feira mineira tem queijo e goiabada cascão; que as noites de inverno e lua cheia são inspiradoras, embora povoadas de estranhosidades; que o sorriso de uma morena me embriaga mais que os recheios de bombons caramelados; que as lendas de curupiras e sacis não são lendas, são causos históricos de povos das florestas; que colocar vassouras com pelos para o alto atrás das portas espanta visitas indesejadas; que quando olho no espelho vejo um homem bonito. Eu acredito.
2. Comida de aeroporto é cara e ruim. Melhor o CAOL das redondezas do mercado central em BH, meu prato favorito nos tempos de estudante. Bom e barato.
3. Porque tantos estabelecimentos com decoração retrô? Retrô virou vanguarda? Quem pensa para trás não anda para frente.
4. Robert Plant no circuito, atravessando minhas trajetórias. Não dá para assistir desta vez, velho Zeppelin.
5. "Louco é quem me diz que não é feliz" nunca foi tão verdade para mim! Viva os Mutantes!
6. Se tantas coisas curam, porque somos tão doentes?
7. Transformadores (elétricos) premiam quem transforma os arrebaldes (sociais). Laerte é um dos laureados.
8. "Vem ni mim que eu sou facim" (ditado mineiro).
9. Ilhas de tranquilidade só em mar de tempestades. Minha banheira é uma ilha.
10. Viajar é experienciar expectativas. Superá-las, ou não, é um detalhe. O meio do caminho já é um caminho sem volta.
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 14
1. Em tempos de comemoração da morte de Elvis Presley menos entendo a idolatria. Muito menos de pessoas com menos de trinta e cinco anos. Gostar da música é uma coisa, fanatizar-se em torno do ícone é outra. Incompreensível para mim.
2. Precisamos de outro Oswald de Andrade. Para re-antropofagizar o Brasil. Abaixo a usina de Belo Monte.
3. O primeiro passo é transformar ilusões em sonhos. O segundo é transformar sonhos em metas. O terceiro e definitivo passo é acreditar na vida. Esse é o duelo de cada um consigo mesmo (Para Oswald e Luísa Carolina).
4. "A arte do viajante é entregar-se ao desvio de rota que o leva a encontrar aquele lugar fora dos guias que vai fazer de sua jornada algo único. A viagem do artista contemporâneo é incorporar o acaso como parte de seu processo criativo" (Cindy Wilk, em TAM nas nuvens, ano 05, número 57). Sem comentários.
5. Boa definição: aquarela é a escritura, que flui com a água, daquilo que encanta a alma do artista. É, portanto, um sentimento, um caminho em direção ao autoconhecimento.
6. Tunga neles. É uma boa razão para a existência de Inhotim. Pelo menos ele coloca a poesia como a sustentável leveza da arte.
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 13
1. Algumas obras de arte ganham vida além da técnica, da estética e do julgamento crítico. Exemplos são as pinturas naif.
2. Nada como um prédio com uma bela arquitetura, vanguardista ou não, para alegrar visitantes e usuários cotidianos. Uma paisagem bonita, embora urbana, pode transformar nosso marasmo de todo dia.
3. Os dramaturgos gregos, Sófocles entre eles, já escreveram sobre quase todas as tragédias e comédias humanas. Já os chineses são invencíveis nas artes cênicas. Dão vida às tragédias e comédias como ninguém, com enorme riqueza e sutileza.
4. As sombras do passado permanecem e são importantes em certos lugares. Hoje acreditamos, e dados científicos mostram, que os palcos de misteriosos rituais desapareceram pela seca e superpopulação local provocados por uma caos na gestão ambiental. Lições?
5. Não sou um jovem louco por adrenalina, mas também gosto do turismo de aventura. Paisagens daqui e de lá, aguardem-me.
6. Navegar é preciso! Em mar, terra, ou ar. Basta ir de coração aberto para acumular riquezas. E não é preciso ir longe. Atravesse a montanha e descortine o horizonte do outro lado.
7. Um gordo olhar nas novas pizzas em oferta: queijo, uva e mel; queijo de cabra e aspargos; frango desfiado, tomate seco e pimentão; peito de peru, catupiri e cebola temperada na manteiga de búfala; linguiça de javali, mussarela e alecrim. Splaaaassssh.
8. Uma cerveja com samba e tiragosto em um boteco da Lapa (Rio) tem sempre um sabor diferenciado. Vale a pena, mas beba com moderação.
9. Um amigo me disse que não morrerá sem transar com uma mulher negra. Coisa de branco besta! Meu fascínio é pela cultura das mulheres negras. Transar até pode ser consequência, mas nunca é antecedência. É preciso amá-las primeiro.
10.Cajuí, caliandra, e acarajé. Caiapós, cataratas e cristalina. Casario, luminárias e vinícolas. Contemporâneo, conterrâneo e bicicleta. Cosmopolita, perspectiva e pequi. Palavras iluminadas.
quarta-feira, outubro 03, 2012
CURTA 181
Meu coração anda claro
como a luz da manhã
trespassando a janela do quarto,
como o brilho que se projeta
de sua boca em sorrisos.
terça-feira, setembro 25, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 12
1. Asas flexíveis balançam na turbulência do voo de cruzeiro. Estamos no ar.
2. Beber vinhos é degustar a vida e os prazeres minúsculos que eles nos ofertam. Minúsculos, mas sublimes. Os prazeres do vinho e os prazeres da vida.
3. No contra fluxo de minhas letras navego pelos ares. Para quais grandes campinas decolo e descolo minhas penas ao voar em grandes alturas?
4. Meu tom não é normal. Ele principia nas barbáries dos selvagens e reinicia na calmaria dos sonhos revisitados. Sem mais nem menos, vira lixo cósmico.
5. O azedinho da rúcula fantasia o filé de frango insosso do cotidiano gastronômico. Quem mais poderia dar aquele toque de verde tropicália no guisado de domingo? Só a serralha campestre!
6. As margens da história nas peças de azulejos. As ruinas de charque coladas às paredes simulam formas humanas sem cabeça. Cabeças para quê, se podemos pensar pelos poros e pelos mamilos?
7. Os bichos da Lygia e outras obras instaladas em São Paulo. Preciso visitá-las urgente para embaralhar minhas percepções e explorar sensações magnéticas.
8. Em vez de envelhecer escrevo poemas. Rejuvenesço a cada verso. Não há tempo para as duas coisas, são incompatíveis. Quem escreve não vê o tempo passar.
9. Dormi com Marilyn Monroe em um quarto de pensão de uma cidade do interior de Minas.Quem mais no mundo teve esse privilégio? O problema é que apenas eu acredito nisso. E minha mulher, que nos pegou em flagrante, mas não conta para ninguém.
10. Não há mais ouro de aluvião em nossos rios. A febre amarela, hoje, em algum lugar, é outra. Mata igualmente e não deixa ninguém rico. Uma vacina resolve.
11. São Paulo, salva da mesmice e das basbaquices pelos forasteiros, principalmente nordestinos, esconde e mostra muitos mistérios. Muitos deles em sua diversificada culinária. Lá, come-se. Bem. De tudo.
12. Coma bem, beba água, respire fundo. Durma com as galinhas e acorde com a bronca sonora dos galos. Repouse, faça esportes, trabalhe com prazer. Goze regularmente. Seja tolerante, use ervas, viva o presente. Medite. Simples assim?
OBJETOS 44
Objetos para banhos rejuvenecedores:
ervas aromatizantes em mãos femininas,
a soma de aromas nos perde em horas;
sabonetes de sais esvanecedores de fluidos,
maus olhados se dispersam no tempo;
livro de poesias para ler em mergulho,
literatura impõe vagarezas a relógios.
sábado, setembro 15, 2012
OBJETOS 43
Objetos para imaginar o futuro:
memórias para armazenar dados
além das bibliotecas humanas;
lápis de múltiplas tecnologias
para desenhar cenários impossíveis;
asas turbinadas para voos
ultra-espaços galileanos;
dosadores de coragem esotérica
para quando os sonhos falharem.
quinta-feira, setembro 06, 2012
quarta-feira, setembro 05, 2012
CURTA 179
A palavra dita
emudece. Bendita
seja, ainda assim fita
o tempo que palpita
depois da palavra dita.
sábado, setembro 01, 2012
CURTA 178
Para encontrar água no deserto
tem que comer muita poeira,
cavar bem fundo para ver
o que se quer ver
e afundar no lamaçal das ilusões.
OBJETOS 42
Objetos para combater a barbárie:
antenas de selecionar barulhos
que nos leva a lugares do mundo;
gravador de silêncios furiosos
para enfrentar gritos de combate;
repositório de ironias diversas
para desbancar brutos desvairados.
sexta-feira, agosto 31, 2012
quinta-feira, agosto 30, 2012
PAUSE AND/OR PLAY
Pause and
play
Always?
No quentão da ribeira,
pause and
play.
No arroz
com macaxeira,
pause and
play.
No amor de ribanceira,
pause and play.
Na viola feiticeira,
pause and play.
Na sombra da videira,
pause and play.
Na vida estradeira,
pause, or play.
You decide.
terça-feira, agosto 28, 2012
CURTA 175
Escrever poesias:
libertar palavras encravadas nas unhas
para delas nos livrarmos
e nos libertarmos para o mundo.
domingo, agosto 26, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 11
1. Um bom lugar é aquele onde eu me sinta muito bem a qualquer momento e nele eu possa entrar e sair sempre que tiver vontade, independentemente dos caminhos a trafegar.
2. Usando sistemas tecnológicos "inovadores" ganhamos pontos em dobro. Isso nos permite comprar novos sistemas tecnológicos "inovadores". Um sistema de vendas nada inovador.
3. Nem sempre precisamos de estradas, elas se fazem sob os pés do caminhante. Às vezes não é tão confortável. Mas caminhar é tão necessário quanto navegar. Permite-nos viver inovando.
4. Arroz, feijão, bife, batata frita, farofa de ovo e couve beliscada. Tem cardápio melhor que esse? Mas, cuidado! Somente bons cozinheiros conseguem preparar esse manjar dos deuses inovando nos sabores.
5. Estrada e inovação são os temas do mês de uma companhia aérea conservadora. Engraçado, né?
Eu que a uso para ir a novos caminhos e lugares e inovar um pouco minha vida. Talvez por isso!
6. O melhor de viajar é se ausentar do ponto de partida, de seu lugar no mundo. Precisamos dessa distância para nos conhecermos melhor. Principalmente porque retornar melhor é muito bom.
7. Imbituba, Gamboa e Aguaí. Abrolhos, Caravelas e Itambacuri. Curumuxatiba, Cratéus e Pirangi. Lugares (e suas estradas) do Brasil.
quinta-feira, agosto 23, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 10
1.O que faz de uma casa um lar é sua cozinha. Os mineiros sabem disso. Alguns se esmeram na gastronomia acrescentando dedinhos de prosa, muitos causos e grande carinho. Cozinhar é uma forma de amar e de pecar (pecado da gula).
2. Regras de um bom cachacista (não confundir com cachaceiro): aprumar a vista para enxergar bem o que vai fazer; beber água para limpar e molhar o paladar; medir com o olhar a viscosidade do líquido etílico; fazer um brinde aos presentes, cachacistas ou não; descer o primeiro gole, fazer beiço e estalar a língua para dar certificado à boa qualidade da uca; compartilhar sua impressão com os demais, que esperam sua qualificada opinião; tomar os goles seguintes em meio a boa prosa sobre assuntos aleatórios; deixar o último gole para o santo, se a devoção lhe exige, ou para o dia seguinte, o que evita cambaleios desnecessários e vexatórios; beber mais água para hidratar e molhar o bafo; sair da mesa feliz.
3. Palavras de uma pessoa amiga: "você é uma das pessoas mais importantes na minha vida nos últimos quatro anos. Te conhecer mudou os rumos de minha vida." Ser empreendedor não é, para mim, tocar um projeto que me dará dinheiro. Ser empreendedor é tocar as pessoas de tal maneira. Sou empreendedor de posturas.
4. Todos querem escrever uma canção, ou um poema, que seja eterno. Eterno é o romantismo, pois marca o coração das pessoas. Então, um viva à música romântica e ao poema de amor.
5. A imaginação é uma grande companheira. Desnecessário checar dados e compartilhar hipóteses (de merecido apreço dos cientistas, por dever de ofício) para o que se escreve sob a tutela apenas da imaginação. Quando eu crescer quero conservar a minha.
6. São muitos os azuis. Além do azul do mar (que sempre muda de tom), do azul do céu, do azul dos olhos de meu avô branco-europeu (os brancos também são muitos), do azul furta-cor, do azul-marinho tradicional (apesar do nome não se parece com o azul do mar), tem também o azul-nada-consta, que minha imaginação ousa inventar, pois está além do horizonte, Onde nunca estive.
7. Viajo de São Paulo a Manaus, na janelinha, claro. Visões de marrons, vários marrons, uns mais claros, outros mais escuros, que, aos poucos vão se entremeando com alguns verdes. Os marrons diminuem enquanto aumentam os verdes. De repente, o mundo abaixo de mim se esverdeia, quase unicolormente (a poeira atmosférica iludia as tonalidades de verde) se não fossem alguns marrons insistentes. E azuis-água-de-rio também.
8. O melhor da cozinha é sua margem para a invenção, para as transformações e para o aprendizado. Quem quer aprender sempre, vai para a cozinha.
9. Rebouças, Bocaiuva, Camburi e Caruaru. Peruíbe, Jequehy, Ubatuba e Camboriú. Buritis, Ibiapaba, Ubatuba e Inhuçu. Tinguá, Maringá, Mauá, Acauã e Bauru. Territórios do Brasil.
terça-feira, agosto 21, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 9
1- Quem não teve a sorte de ver um meteorito caindo na Terra pode ir ao Museu em Ouro Preto, onde tem a maior coleção de meteoritos do Brasil.
2. Mário Quintana teria feito 106 anos em julho de 2012. Eta poeta bom!
3. Quer viver, ser feliz e com boa saúde? Ácido ferúlico para preservar os neurônios do estresse e da degeneração; ácido fólico para prevenir câncer; aliina como antimicrobiano; gordura insaturada contra doenças cardiovasculares; vitamina E como antioxidante retardador do envelhecimento, entre outros. Esses agentes da saúde com nomes estranhos encontramos no tomate, espinafre, alho, azeite de oliva e nozes, na ordem.
4. Visitar uma cidade sem conhecer seu mercado é voltar sem conhecer o que ela tem de mais interessante.
5. Porto Velho, Cascavel, Itaipu. Frevo e maracatu. Caldeirão, etnia e brucutu. Sarapatel, cabidela, buchada de bode e baiacu. Macaxeira, carne de charque, cuscuz e angu. Potiguar, soteropolitano, capixaba e jacu. Botucatu, Paracatu e Foz do Iguaçu.
CURTA 174
Café da manhã em padaria
da rua Santa Cruz, São Paulo:
- Uma média de café com leite
e queijo quente no pão francês.
- Queijo prato?
- Não. Queijo Minas.
- Sai um Mineiro Quente!
Linguagens e tecnologias.
quinta-feira, agosto 16, 2012
OBJETOS 41
Objetos para mãos experientes:
martelo para afundamento de pregos;
chaves girando em fechaduras;
pele sob carícias sedutoras;
artefatos para artes e fatos
imaginados para existências possíveis.
CURTA 173
A mídia nos conta um conto
sem nos permitir inventar um ponto.
Então, prefiro os contos de fada
aos contos da mídia.
CURTA 171
Quando eu digo SOME,
não é para sumir,
é para somar.
Quando eu digo TOME,
não é para se apropriar,
é para beber.
Quando eu digo NADA,
não é a expressão do vazio,
é para cair na água.
terça-feira, agosto 14, 2012
CURTA 170
Lá não é um lugar,
é um instante preciso.
Só existe porque lá estive
em algum momento de minha vida
e o instalei em minha memória.
Lá não é um sítio:
é um ponto de inflexão
na curva espaço-tempo.
segunda-feira, agosto 13, 2012
CURTA 169
No espaço entre o forro e o telhado,
uma ninhada de pardais.
Local acessível apenas a pássaros.
Sono maior que sentimentos pardológicos,
transportei ninhos para árvores do quintal.
Agora durmo tranquilo.
CURTA 168
Conte uma história
para manter o mundo em órbita.
Só a imaginação nos salva
da aridez das ideias plantadas no deserto.
Escuto e alimento meus calangos!
sexta-feira, agosto 10, 2012
CURTA 167
Ímpetos de realizações maldosas
trombam com educação doméstica.
Conselhos de mãe são pragas do Egito:
condenaram-me à generosidade e humildade.
Sinto-me incapaz de foguear a casa
ou por à terra o pirulito da Praça Sete.
Ainda posso lutar contra os ventos.
sábado, julho 28, 2012
CORRIDA NO PARQUE
Primeira volta, acalmar as dores.
Segunda volta, esquecer os dissabores.
Terceira volta, rever fragrâncias e cores.
Quarta volta, reverenciar os amores.
Quinta volta .... relembrar das dores.
CURTA 166
- "Você tem o futuro à frente"-
Falso. Damos-lhe as costas.
Se o tivéssemos adiante saberíamos.
O que vemos é o passado.
quinta-feira, julho 26, 2012
segunda-feira, julho 23, 2012
CURTA 163
Se vivermos longamente
nossa memória se esfumaça eternamente
(como os elefantes).
Décadas acumulando conhecimento
para, finalmente,
entrar na era do esquecimento.
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 8
1. Divertir-se é manter-se em conexão com o mundo? Não se diverte sozinho hoje em dia? Afasto-me do mundo para uma semana de diversão. Solitária.
2. Como físico, acredito que tudo na vida se reduz a divagações filosóficas e poéticas sobre o espaço e o tempo. Como poeta, penso em como são importantes todas as medidas físicas sobre o espaço e o tempo.
3. No hemisfério sul todos os sons são primitivos e trazem frequências tamboriladas das estepes e savanas africanas. Nós apenas distorcemos os sons ao sonarem através das montanhas ou das árvores retorcidas dos cerrados.
4. Contra a ignorância, a curiosidade. Fazer perguntas ainda é a melhor maneira de se chegar ao conhecimento.
5. Sim, sei guardar segredos.Guardei um segredo de família por mais de trinta anos e só revelei que o sabia havia tempos quando ele se tornou conhecido da família. Conheço segredos de cada um dos meus amigos, e os guardo comigo. É uma forma de conservar amizade.
6. Punta Arenas e Torres del Paine. Breve.
7. O melhor café é o que se bebe sem pressa, a sentir o aroma que sobrevoa a xícara, a observar o movimento apressado de pessoas em volta. E, depois do café, continuar à mesa mais um tempinho para se assegurar que toda a mágica do momento foi adequadamente absorvida.
8. Não existe tédio no fim do mundo, onde o Judas perdeu a compostura, mais que as botas. O tempo, usa-se para procurar rotas, caminhos de retorno e a evitar o beco sem saída e o medo. As surpresas substituem o tédio.
9. Tudo é questão de procedimentos! Atualize-os, normatize-os e verbalize-os. Se não obtiver sucesso fique, pelo menos, com a sensação de que fez a coisa certa (ou procedeu-se corretamente).
10. Emoções de um grão de areia em uma vasta orla oceânica. Ou desértica. São areias. Silicatos dopados com outras matérias, inorgânicas ou orgânicas. Assim me proponho a olhar este vasto mundo chamado Vai-Mundo.
11.Os desertos e as montanhas são galerias de arte ao ar livre. Deixam a farsa inhotinesca no chinelo.
12. Todas as fronteiras seriam quentes? Eu, que vivo entre fronteiras e suas porteiras, imagino que as fontes térmicas lá se instalaram e provocam, se não o aquecimento do planeta, pelo menos o aquecimento de meu corpo.
(para Luisa Carolina -http://analema-rei.blogspot.com)
quinta-feira, julho 19, 2012
OBJETOS 40
Objetos para se perder no mar:
bússolas para desorientações acidentais;
velas para se agarrar aos ventos;
cordas para se amarrar em estrelas;
binóculos para terras que não se avistam
nos horizontes perdidos das navegações.
terça-feira, julho 17, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 7
1. O design é cíclico! A arte é cíclica! Os humores são cíclicos! O clima é cíclico! As águas são cíclicas! Porque não nos reciclamos, nós os humanos?
2. Aos 30 anos eu queria correr o mundo e ficava quietinho em casa, por necessidade e falta de oportunidades. Hoje, aos 60, quero ficar no delicioso sofá da minha sala e não consigo parar de viajar.
3. O cavaleiro das trevas ressurge. Christian Bale é aquele ator que já era bom quando garoto, no filme Império do Sol, de Steven Spielberg, em 1987.
4. Nunca aprendi a ser elegante no item vestuário. Minhas indumentárias sempre foram apagadinhas.Mas agora comprei um colete de couro e um paletó marrom. Belíssimos!
5. O papel convida à reflexão.Escrever sobre o papel ainda me faz pensar mais que escrever na tela do computador. A emoção escorre pelos dedos e fica na tinta sobre o papel.
6. Aprendi muito mais com meu pai depois que fiz 40 anos, e passei a entendê-lo, que quando eu era garoto. O velho é de uma elegância e uma sutileza sem igual.
7. Preciso conhecer Belém do Pará. Ano próximo quero lá ficar pelo menos uma semana. Quero provar novas gentes. Suas gentes.
8. Beatles em ritmo de jazz, e na voz de Roberta Flack? Essa eu quero ouvir.
9. Algumas pessoas viram adjetivo quando se retiram de cena. Será que serei eu ainda substantivo? Poderia ao menos me transformar em luzes da cidade atraindo borboletas e mariposas.
10. Lá, onde as lendas vivem e são vistas caminhando calmamente pelas calçadas, é sempre o lugar onde devemos ir para aprender. Com as pessoas que viraram lendas.
11. Transformações não seguem fórmulas. No entanto, sempre seguem-se àqueles momentos intensos em nossas vidas quando rupturas, explicáveis ou não, necessárias ou não, perseguidas ou não, acontecem.
12. Sempre existirão 1000 lugares para se visitar antes de morrer. Este número nunca diminuirá. Então, que nossas vidas se prolonguem!
sábado, junho 30, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 6
1. Dormir e acordar com os objetivos na cabeça é o novo jargão
da administração e marcketing. Eu prefiro dormir com questões mais exóticas e
eróticas na cabeça. E acordar também. Talvez por isso sou meio canhoto.
2. Marcelo Bratke toca Villa-Lobos mundo afora. E tem um
projeto de gravar oito CD, dois já foram lançados. Nota interessante: Marcelo
nasceu no mesmo ano que Villa morreu.
3. Patrícia Highsmith, autora de O Talentoso Ripley, tinha um
talento enorme para o romance policial bem como para as transgressões na vida
amorosa, esta quase nunca feliz. Vivia em deslocamento, viajava como respirava.
4. Fritz, the Cat, foi morto pelo autor porque ficou famoso
demais. Hoje está mais famoso ainda e é
motivo de exposição em Paris.
5. Uma colorida linha do tempo, a Cronologia da Moda, começa
com Maria Antonieta, rainha, revolucionária no modo de se vestir e de se
comportar.
6. Na arte, principalmente, os limites entre a verdade e a
ilusão são meras ilusões. Sem fronteiras aparentes.
7. Violeta Parra está nos cinemas. A história da minha muito
amada cantora chilena está contada em Violeta Foi para o Céu. Sua música e voz
acalentavam minha filha Rafaela.
8. Uma deliciosa forma de conhecer a cultura de um povo é comer
na rua. Alguns exemplos de minha alçada: - um abacaxi no espeto no Mercado
Central em Belo Horizonte; - uma crepe na Place de Contrescape em Paris; - um
acarajé “quente” na praça Carlos Gomes em Salvador; - um espetinho de camarão
em praias capixabas; - um sanduiche de peru nas ruas subterrâneas de
Washington. Bom tema para virar série.
9. Um jovem estudante de escola pública de periferia, filho de pais
semianalfabetos, ganha nota 7 no vestibular. Outro jovem de classe social de
alto poder aquisitivo, com ensino médio em escola particular de elite e
intercâmbio no exterior ganha nota 8. Quem merece a vaga na universidade?
10. O mochileiro que fui no passado não atrapalha o profissional
performático que hoje sou. Pelo contrário. E minha maneira de me relacionar com
as pessoas é a mesma.
quarta-feira, junho 20, 2012
RELEITURAS ROSEANAS 14
Todos os lugares são longe
no frio fino da desvontade.
Todos os lugares são perto
no calor da fome estradeira.
Quem fica ajunta penduricalhos,
quem parte por precisão ou desejo
carrega levezas no alforge.
Quem fica se encolhe em ferrugens,
quem parte solfeja temporais
e volta mais jovem nos olhos:
visões das distâncias rejuvenescem.
segunda-feira, junho 18, 2012
CURTA 162
Governos são como elefantes:
não esquecem.
Escondem-se em decretos
e penalizam infortúnios.
Sempre é justa causa
ser contra governos.
CURTA 161
Os olhos de Claire Pauli
brilham no escuro.
Rastros de luz em minhas trilhas,
lanternas de cristal puro.
Les yeux de Claire Pauli
brillent dans la nuit.
Traces de lumière sur mes parcours,
lanternes en cristaux pures.
CURTA 160
Ella vestia um colar de pérolas
sobre pele negra, contra-luz.
Só um colar de pérolas.
Quanta beleza, quanta dignidade!
Ella portait un coulier en perles
sur sa peau noire, contre-lumière.
Un coulier en perles, plus rien.
Quelle beauté, quelle dignité!
CERTAS VALENTIAS
Tomei sol torso nu
a menos cinco de temperatura
e três mil de altura.
Encarei gigante de dois metros,
por não levar desaforo para casa,
peguei boi pelos chifres,
pisei descalço em brasa.
Perde-se, ao envelhecer,
certas valentias.
Tenho medos à luz do dia:
qualquer inverno ouropretano
me amolece;
qualquer curva da estrada
me arrefece;
qualquer anoitecer anuviado
me entristece.
sexta-feira, junho 15, 2012
CURTA 159
Descrever a aldeia
é falar ao universo?
Queria ter terra,
nasci inverso.
À margem de estrada
cresci andarilho, confesso.
Pés criaram calos, não raízes:
Continuo travesso!
quinta-feira, junho 14, 2012
OBJETOS 39
Objetos para espantar mau olhado:
arruda rameira plantada no jardim;
ferradura usada em destaque na sala;
réstia de alho na mesa da cozinha;
paixão grande por uma pessoa
dessas de desarmar despropósitos.
quarta-feira, junho 13, 2012
VALE A PENA VIVER Nº 16
Polvilho das melhores mandiocas
ovos de galinha caipira
copim de óleo para dar liga
sal em pequena pitada
queijo (ralado) só existente em Minas.
Junte-se a esses ingredientes básicos
mãos ágeis e pacientes
aragens de nossas montanhas
meia hora a cento e oitenta graus.
Serve-se com café feito na hora
queijo canastra acompanha bem
lascas de pequi para os mais ousados
requeijão com raspa preferem outros.
A prosa é elemento fundamental:
mínimo, duas pessoas;
máximo, conforme tamanho da mesa.
Melhor não comer sozinho -
melancolia escolhe os solitários.
Pequeno risco: não ver a hora passar;
grande risco: comer longe de casa
(lágrimas adoram distâncias).
Vale a pena viver
com esses prazeres sem hora marcada.
(para D. Jandira, que faz o melhor pão de queijo do mundo)
sexta-feira, junho 01, 2012
CURTA 158
Meus óculos polifocus
obrigam-me
a olhar pelas narinas:
só vejo onde o nariz aponta.
No entanto (sorte minha?)
cheiro bem mais
que os olhos miram.
CURTA 157
Síntese da vida
em quatro palavras:
duas variáveis físicas
(tempo e trajetória);
duas variáveis metafísicas
(vontade e talento).
Todas sem controle remoto.
quinta-feira, maio 31, 2012
terça-feira, maio 29, 2012
NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 5
1. Preparo-me para a sexta repaginada na vida, uma por década, com muito estilo. Aqueles que não conhecem minha alma, não me reconhecerão.
2. Peixe sobre feijão com molho de champagne e curry. Se é sucesso em restaurante português pode ser sucesso em minha casa também. Porque não?
3. Gengibre no suco de laranja. Tem a cara do Rio de Janeiro. Veremos se é bom sabor para a Serra do Curral.
4. O rock'n roll brasileiro saiu das garagens da ditadura nos anos 1980. Não foi surpresa. Agora precisa se redescobrir.
5. Meu último paradeiro, Maceió das Alagoas, me surpreendeu. No entanto, eu amo BH radicalmente.
6. Comer bem não é comer caro. Degustei um belo almoço de sexta-feira em um restaurante da rua Santa Cruz, em Vila Mariana, a dez reais. No sábado paguei vinte e cinco, na Paulista, e não era a mesma coisa.
7. Amadeo Modigliani no MASP a partir de maio. Anna R. Alvim, se visitar a exposição, deverá se reconhecer nas telas.
8. Las noches más calientes de San Pablo son en el Rey Castro. Recuerda-me una noche cubana en Paris con mucha salsa y una chica muy guapa.
9. Filé alto com batata doce frita e mostarda de Dijon escorrendo sobre o filé. Faz bem aos olhos, para começar.
10. Omeletes se faz melhor com ovos caipiras porque dão mais espuma, deixando-as mais macias. No mais, azeite, salsinha, cebola, queijo, tudo numa panela de cerâmica e fogo baixo.
11. Existem palavras e expressões que "sumiram do mapa". Ninguém mais "tira o plantel do gramado"; "barra limpa" não é mais nem nome de buteco em Nova Lima; uma "brasa, mora" era a "coqueluche" do passado e não se faz mais "abreugrafia" para se conseguir um emprego. A roda gira.
12 . O que é "cantora explosiva tecnicamente correta"? A que canta bem e explode no fim? A crítica tem cada uma.
13. Pedala, Urbano, pedala. A vida é bela em cima de uma bicicleta.
domingo, maio 27, 2012
CURTA 155
Alguns compõem músicas,
outros destroem átomos.
Uns cozinham moquecas capixabas,
outros espalham sons e magias.
Eu? Eu brinco de fazer bolhas de ar.
sábado, maio 26, 2012
CURTA 154
Vênus surge sobre a linha de fogo
na ponta da asa do avião.
Um largo colchão de ovelhas
pronto para amortecer quedas de humor
se estabelece nas lentes de contato
e nos olhares pelas fendas do tempo.
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