O sertão: esses seus vazios
Carregam segredos das pedras
E o indizível silêncio de dentro
Do oco do vão dos buracos.
O sertão: pássaros calculam
O completo giro da lua
E um punhado quente de vento
Sopra entre duas palmeiras.
O sertão: à noite vem
E o céu embola seus brilhos
Trazendo saudades de ideias
Levando saudades de coração.
O sertão: perto de suas águas
Até eu me sinto feliz
E o barulho de pés em gotas
Me faz entrar no rastro dela.
O sertão: tem lua recolhida
Grande dentro de mim
Tem conversa continuada
Noite em mim, adentro.