Eu,
abaixo assinado, físico com pretensões de poeta
(muita
presunção de minha parte?)
com
muitas contradições, mas algumas consistências essenciais,
declaro:
o
que considero importante na vida
pode
mudar de hoje para amanhã
ou
mês que vem ou para o ano seguinte
(a
escala de valores não se fixa no tempo).
E
o importante hoje é simples:
um
disco de jazz, ou o som de uma viola mineira,
ou
a música de Liszt.
um
passeio de bicicleta, uma boa e bela leitura,
um
copo, à noite, de um Bordeaux,
um
filme que não seja apenas de aventuras,
um
livro de poesias,
e
o amor da mulher escolhida.
Mas
é exatamente o último valor
que
torna os anteriores importantes nestes últimos tempos.
Isoladamente,
não teriam a menor graça.