sexta-feira, dezembro 01, 2006

Pode me xingar de poeta


Quando alguém quiser me xingar
pode me chamar de poeta:
ou vagabundo
ou idiota letrado
ou mercador de prosopopéias
ou batráquio de palavras
ou empacotador de metáforas
ou escritor de frases sem nexo nem plexo
ou amante de divas da verborréia
ou sonhador de inconveniências
ou filósofo de adegas envinagradas
ou escrutinador de pleitos impossíveis.

Tanto faz
dá tudo no mesmo.

Mas o que eu sou de fato?
Criador de calangos
colecionador virtual de assobios de pássaros livres
observador das fendas do cotidiano.

Preguiçoso nato.
Trabalho apenas para manutenção do ócio.


4 comentários:

Anônimo disse...

acho que gostaria de ser tudo isso, mas apenas tento registrar os pesadelos invisíveis do cotidiano em formato de nuvens parnasianas.

Paulo Cezar S. Ventura disse...

Identifique-se, anônimo, para trocarmos umas palavras

Paulo Cezar S. Ventura disse...

Identifique-se, anônimo, para trocarmos umas palavras

Paulo Cezar S. Ventura disse...

Identifique-se, anônimo, para trocarmos umas palavras