sábado, outubro 27, 2012

POEMA PARA A PRIMAVERA



Pensava escrever um poema simples,
Fundamental sobre a primavera.
Palavras não surgem de árvores,
Pelo menos quando a gente quer:
Atravessei o portal para ver a primavera.
Meu pé de aroeira espalha sementes;
Uma orquídea desabrocha;
Último maracujá do ano se amarela
Cambaxirra residente canta como nunca;
Sabiá se aloja e procura parceiro;
Abelhas estão atrasadas: - falta de chuva;
João de barro faz outro ninho no poste;
Rolinhas, como sempre, ocupam espaço;
Formigas apareceram hoje à tardinha
(amanhã preciso espantá-las, pensei);
Flores miúdas brotam em todo o jardim:
beijos, crisântemos, lírios, jandiras, etc.
Há emoção à vista, venham ver!
A primavera é como o rock’n roll
cantado com vibrações no esôfago,
é como a guitarra de Jeff Beck.
Então, para quê escrever sobre a primavera?
Vai lá fora, cara. Sinta!
Tussa com a poeira de polens!
O Poema? Hora dessas, ele vem de mansinho.

Nenhum comentário: