Poesias urbanas, do cotidiano, da natureza das coisas, são temas do poeta. Seu universo poético varre, principalmente, os poemas curtos, incluindo haicais e aldravias, além de outros, sínteses de variadas inspirações filosóficas e mundanas.
segunda-feira, dezembro 24, 2012
NOVO ANO
Para o ano novo, desejo:
- que o tempo não se meta
na vida dos amantes.
Nem dos velhos.
- que o sofrimento não atemorize corpos.
A morte chegue suave
aos doentes terminais
ao som dos Beatles no serrote uakti.
- que a luz dos olhos de minha morena
brilhe como faróis em tempestades
e enxergue bem longe.
Guiando. Como sempre.
- que ninguém perceba o negro pela cor,
mas.
Pela beleza intrínseca.
Pela inteligência tão normal
de qualquer cor.
- que a indignação não desapareça
dos semblantes éticos.
São poucos.
Precisam crescer como pragas boas.
- que a vida,
e a alegria de viver,
sempre renasça no sorriso das helenas,
tão pequenas, serenas.
- que a minha poesia sobreviva
a minhas botas e a minhas luvas
(creio ser melhor poeta que boxeador)
e meu bom humor permaneça
além das memórias.
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