terça-feira, dezembro 10, 2013

NOTAS DE LEITURA EM REVISTA DE BORDO 20


1. A verdadeira culinária afetiva brasileira está no interior, nos grotões do país. Quem viaja pelos grandes centros, como eu, tem apenas uma ligeira noção dessa gastronomia, nos bons restaurantes metropolitanos, às vezes temáticos, geralmente muito caros. Ou nos livros de receita.

2. Eduardo Coutinho, documentarista, ganha restrospectiva em livro. Não mereceria um bom documentário, também?

3. Jota Quest, uma banda (boa) de músicos brancos (quem é branco neste brasil?) de classe média, lança disco black. Som de periferia. O mundo negro se infiltra nas artes, principalmente. Infelizmente não acaba com o racismo.

4. Arte de vanguarda ou retrospectiva? Seja qual for nossa preferência em algum museu de arte ou espaço de exposição no Brasil, a encontramos. É só seguir a faixa amarela na calçada de nossas vidas.

5. Enquanto se voa se aprende e se medita (opcionais as duas coisas, claro). Mas a comidinha aérea continua triste.

6. Um surfista brasileiro salvou outro surfista (uma surfista) de morte certa e ainda pegou a onda recorde, mais de trinta metros, em Nazaré, Portugal. Alguns brasileiros vão além dos limites. E eu nem sabia que tem onda tão grande em Portugal. Ou são os pátrícios fazendo onda?

7. Stanley Kubrick em exposição no Museu de Imagem e do Som, no rio de Janeiro. Vale a pena. 

8. Não dá mais para saber como cidades grandes, como Belo Horizonte, modificam suas paisagens. Aquele andar aleatório antes possível, que fazíamos a qualquer hora do dia ou da noite, não existe mais. Aos dias, trânsito maluco, à noites, perigo de violência. Ser poeta dos deslocamentos urbanos hoje em dia está difícil.

9. Minha bicicleta fez quarenta anos. Para comemorar fui de bike de Londres a Paris, não com ela, com a outra. Infidelidade devido ao transporte, mas a homenageada era ela. Breve nos blogues do ramo.

10. O mar e uma jangada. Sempre hipnotizam.

11. O silêncio de São Paulo em fins de semana é perturbador e confortador ao mesmo tempo.

12. Certa vez assisti Daniela Mercury em teatro em Paris. Não me encantou. Anos depois a assisti de novo em São Paulo, no Ano Novo da Paulista. Boa, mas continuou não me encantando. Agora dá lições de coragem para o Brasil, não por causa da música, por causa de um relacionamento. Agora sim,, me encantou.

13. O vento que venta aqui, qualquer dia venta lá onde o sol te acalenta. Siga o vento e surpreenda-se.

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