terça-feira, março 04, 2025

VIOLETA

 

A Violeta nasceu

Desabrochou

Cresceu

Cantou,

Morreu.

Nunca murchou.

Sua voz se fez ouvir além das fronteiras do Chile.

Atravessou as paredes de minha casa

Morna

Suave

Sensual.

E acalenta minha filha Rafaela

Que se acalma e dorme.


(Homenagem a Violeta Parra, cantora chilena.

Matou-se no início do governo Pinochet).

CINEMA

A sombra organiza a imagem do nada

Concreto (ou imaginário) nada.

O nada (sombra) escreve a imagem na película

como sombras de um corpo sobrepõem outro corpo

vincam e musicalizam limites.

Música luz paixão

fúria ou suavidade.

Objetos em cena, enquadramentos

fragmentos de personalidades

seqüenciados em fotogramas

falso movimento

a vinte e quatro por segundo

perversão da realidade

indignação transgressão brincadeira.

Linguagem.

Arte da continuidade atropelada

Quantizada, congelada.

Marcas da individualidade do artista

e do observador

se entrelaçam na tela

em sala escura.

Luz câmara ação!

E solidificam-se sombras.

Nada!