sexta-feira, junho 27, 2025

TEMPOS DE (BEM) SOBREVIVER

Caminhava pela casa carregando meus escuros

No distanciamento imposto desumano

Falando com sobejo de esforços.

E contando meus causos inventados,

Minhas artes que eu amo tanto:

Tudo são histórias de hoje e sempre.

Porque comigo não tem ontem e amanhã.

A gente sobrevive é assim mesmo:

No desiludido e no misturado.

E foi sonhando com aquela beira de rio

Bem no caminho do meio da correnteza

Que esbarrei naqueles olhos.

E a doçura daquele olhar

Me fez ver as cores do mundo.

Minha sombra, que me acompanhava,

Queria aquela novidade quieta

Para espantar meus tormentos

Para esconder meus desassossegos.

A luz dos olhos que ilumina veredas

Desamarrou desavenças encolhidas

Estancou e costurou feridas encalhadas.

A transformação desferida no encontro

É chama que assopra a vaidade

É amor que brota e cresce, de verdade.


Nenhum comentário: