Poesias urbanas, do cotidiano, da natureza das coisas, são temas do poeta. Seu universo poético varre, principalmente, os poemas curtos, incluindo haicais e aldravias, além de outros, sínteses de variadas inspirações filosóficas e mundanas.
domingo, fevereiro 10, 2013
PAPOS PSICÓTICOS
Conversa em sala de espera de consultório psiquiátrico:
- que transtorno você tem?
- transtorno bipolar, e você?
- Ah, eu tenho autismo,
síndrome de Aspergen.
Aquele ali tem deficit de atenção.
Aquele outro é maluco mesmo.
Esse aqui o tico e o teco não se entendem.
O de camisa amarela surtou
e ficou pinel de todo.
Santa Loucura!
Protegei a diversidade neurológica!
OBJETOS 47
Objetos para desvendar identidades:
cordas de amarrar memórias
insistentes em voos longos;
pás para cavaduras de covas
onde enterrar cordões umbilicais;
chapéus de feltro cinquenta e nove
para proteger cérebros avantajados.
CURTA 197
Em companhia de morcegos
inquietações ecoam paroxítonas.
Trago a poetiza para a minha cama,
o primeiro orgasmo se aproxima
tão logo ela verseja a terceira rima.
Quando a musa longe mensageia
a nota breve de meus olhos
serenamente ondula e serpenteia.
segunda-feira, fevereiro 04, 2013
CURTA 196
Minha imaginação se movimenta
com singularidades:
pios de pássaros com ninhos
em vasos de orquídeas;
sociedade de morcegos em festa
com jambos em meu telhado;
arquiteturas de marimbondos
nas janelas da sala;
cortinas de teias aracnídeas
nas portas dos jardins.
Singularidades, simples singularidades.
terça-feira, janeiro 22, 2013
CURTA 195
Como não querer aquela mulher
que costura a rede de meus pensamentos
em trama fina e linha forte?
Como não armazenar aquele sorriso
que acende minha alma escancarada
em chamas inquietas e solfejadas?
Levo meus pensamentos indiscretos para a cama:
Ella é um ponto geográfico
no mapa de meus destinos.
domingo, janeiro 20, 2013
CURTA 194
Certos olhares escancaram janelas
para a luz alumiar certas almas.
Certas almas espalham luz
para fazer sorrir certos olhos.
É uma sina, uma missão no mundo?
quarta-feira, janeiro 09, 2013
CURTA 193
Sinos.
Doze badaladas de meio dia,
na praça desperta-se de marasmo, escaldante.
Sinos.
Doze badaladas de meia noite,
na cama escuta-se algum fantasma, periclitante.
Sinos.
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