segunda-feira, maio 21, 2007

SOL, SOU EU EM MAIO


Em maio eu não tenho medo de nada:
nem da solidão
nem da secura da garganta
nem de líquidos sobreviventes
que poderiam me afogar no largo da banheira
nem da ausência das mulheres em minha vida.
Em maio eu me caso comigo mesmo.
Não me basto, evidentemente: sou homem coletivo e plural.
Gasto-me em gestos
em dança
em caminhadas no seco sol da manhã.
Em despistagens das possíveis tristezas ambulantes:
Deixo que passem sem pouso em minha garagem.

O lado vazio de minha cama
Reclama
Não durmo de pijama e sinto frio.
Aponto apenas um fio
Para as águas do pequeno rio
Que deságua em minhas loucuras.
Sol, sou eu em maio.
Maio, sou eu ao sol.



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