"Amor é vaga, indecisa palavra"
nunca sai da boca solenemente:
ou a ruminamos
nos cantos dos lábios
vergonhosa e sofregamente,
ou a grunhimos
com a língua batendo nos dentes
sonora e largamente.
Nenhuma das duas parece natural:
(nunca é natural)
como se fácil fosse
solfejar decididamente
a palavra sempre esperada
nos ouvidos languidamente.
"Amor é vaga, indecisa palavra"
nas errâncias humanas
nas inquietudes de suas trajetórias
nas impropriedades de seus dizeres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário