domingo, setembro 17, 2006

Fogo das reminiscências



Guerra surda
Travamos com nós mesmos
Nosso íntimo
Nossa pele curtida
Rugosidades provocadas pelos sóis
E ventos norte e noroeste.
[Aqui no sul, dizem, são ventos perigosos]
Meu governo de mim foucaultiano
perde seus espaços
pelo governo antidemocrático dos outros.
Que poderes tenho
Para polir as arestas
Destas armas e armadilhas
Articuladas nos jogos de outros poderes
Sobre os quais meu discurso de bom moço
Não cola nem descola?
Mudar os discurso?
Construir narrativas engajadas?
Fazer campanha para voto nulo?
Tornar-me apolítico?
Deixar crescer os cabelos
Como nos tempos do psicodelismo itinerante?
Indigo blues são vendidos em hiperlojas
Rock’n roll progressivo quase não toca mais na rádio
(as que tocavam fecharam sem nos consultar).
Estradas são muito perigosas hoje.
Evolução não nos deixa ter saudades
Melhor entrar de vez na era da tecnologia
E da informação
Nossa memória também é banco de dados
Armazenados para quando tomarmos um vinho
Diante do fogo das reminiscências.

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