segunda-feira, setembro 25, 2006

Metáforas áridas

Não sou árido nem úmido
Dostoiévsky é árido
Tostói é úmido.
Impossível transformar
Mundo e vida
Simultaneamente
Sincronicidade inexistente
Temporalidade renitente
Cronografias rabiscadas
Em papel de parede
Marcas de acidez
De vidas relutantes
Ensaios perdidos
Em memórias incansáveis
Passado e futuro se aproximam
No dia de hoje
Mundo e vida
Dentro e fora do corpo
Tais elásticos dialogam
Tensões existenciais inexplicáveis
Entre meu eu
E meus calangos.
Metáforas áridas impossíveis.

Um comentário:

D. disse...

Strip tease das verdades

Eu te dei todo o meu pseudo amor
Eu te dei meu coração transplantado
Mas hoje é noite de subir ao palco
No strip tease das verdades
A menor peça é a mais desejada
É a que vou te jogar na cara:
Eu nunca te amei
Eu só queria te morder um pouco
Te cortar bem ao meio com as mãos
Comer metade lambendo os dedos
Mas você só sabe amar sem apoiar os cotovelos
Você nunca me queimou a língua
Nunca me ardeu os olhos
Nunca me lambeu os pratos
O teu maior defeito foi me dar o amor-perfeito.