quarta-feira, agosto 22, 2007

SYNDROME DE VAMPIRE


Je m’amusait à me promener

dans les cimetières

à minuit.

Je m’habillait

de mon manteau noir

et avec mes grosses canines

je vampirait aux alentours

à séduire des jeunes filles

pendant mes courses noturnes.

Pour avoir une apparence normale

j’ai scié mes dents :

mais il me reste un énorme désir

par les beaux cols

et par le sang rouge

qui coule jusqu’à ma bouche

et qui apaise ma soif.


segunda-feira, agosto 20, 2007

LUGAR DE SONHO?











Um poema para quem adivinhar onde é: o lugar em si já é um poema.

sexta-feira, agosto 17, 2007

RELEITURAS ROSEANAS 03



Conversa de aranha não tece a teia
Calangos são quem me escutam
Linguajar de noturnas notas
Em minutos mansos da madrugada
Quando me aperfeiçôo em grandes causos
De se contar sem meias-palavras.

Arremesso-me nesses discursos
Arremedo-me nesses meus percursos
Com dotes de amansar leoas.
Asseguro-me que Marte não vire Lua
De encabular filósofos.

Neste passo vou me enveredando
Minha garça em graça de vôo até Viena
E a cana caiana se engarapa
De tão doce na garganta se encanela.
Um beijo estalante acalanta
No colo suave se assanha
Taramela de meu corpo se fecha
Encerrando sonhos e poemas acumulados
Em gavetas empoeiradas de minhas entranhas.


quinta-feira, agosto 16, 2007

RELEITURA ROSEANA 02


Tudo se amacia na tristeza
Pronto abandonada ao largo
Dos tristes trópicos:
Sei nada não.
Aquela saudade permanece abandonada
É na alegria que me reconheço!

Deixei minhas infâncias adormecidas
Naquelas matas montanhosas de minha cidade
De crescer e virar gente.
Maluquice de garoto amanhece o dia.

Quem me dera ver
O florescimento arrebatado
Daquele meio-dia?
Quantas horas de sol sobre a pele
De pintas e pelos de jaguatirica?

Quase felino caminho
Quase bicho cheiro
Quase mata verdejo
Quase peixe mergulho
Na clareza das águas rasas
Dos rios bronzes de pedra
Adormeço!



quarta-feira, agosto 15, 2007

ESPELHO, ESPELHO MEU



Espelho, espelho meu,
Não me olhes com esta cara
Fico com medo de ti.
Hoje amanheci azedo
Frustrado pelas desditas do Ontem
Ansioso pelos encargos do Hoje
Por favor, dê-me um sorriso!

Olhe-me com carinho
Enquanto faço a barba
E penteio meus já ralos e grisalhos cabelos
Senão parto-te em mil pedaços!
Arrisco-me a sete anos de azar
- é a maldição dos espelhos –
e uma mão cortada pelos teus cacos.
Teus cacos, não se juntam mais.
Estás condenado, espelho meu,
A mirar-me com alegria
Para o bem de nós dois.

segunda-feira, julho 23, 2007

RELEITURAS ROSEANAS 01


Sou feliz quando me descuido
de mim mesmo.

A gente se descobre nessas horas
fugidias
descompromissadas
descuidadas
em que os ponteiros se descolam dos relógios
e as clepsidras se inundam.

Quando o bom da gente
aflora sem querer
pois o ruim
está presente em todos os momentos.



sábado, junho 09, 2007

TEMPO REAL


Tempo real
é o tempo que desaparece.
Se o tempo desanuvia no espaço
o que resta?
O espaço?

Se a velocidade do tempo
suprime o espaço
a velocidade também
entra em extinção simbólica?

nem fim da história
nem fim da geografia,
tempo e espaço
almas gêmeas das territorialidades
sobrevivem em complexa simbiose,
em territórios ontológicos
ou reorganizados.

Tecnologias trazem
desterritorialização
das tribos sobreviventes:
as tribos sempre sobrevivem
em novos territórios
materializados à fórceps.