quarta-feira, agosto 09, 2006

Pensamento migrante



Meu tempo parte num momento sólido
aquele onde o peso das horas entorta os ponteiros.
Sonhos sugados pelo buraco negro
permanecem vivos em mundos paralelos
em cabeças de nossos contrários perfeitos.
Gostaria de encontrar meu contrário perfeito.
Talvez nos anulássemos como matéria e antimatéria
E nos tornaríamos nada?
Não gostei de meu pensamento
mas não consigo controlá-lo,
ele voa mais que albatroz migrante entre brasil e áfrica.

3 comentários:

D. disse...

Gostaria de encontrar meu pretérito mais que perfeito.
Repartir as orações sem sujeito entre os sujeitos sem predicados.
Minha vida é texto de muitas entrelinhas.
Meu poema é face de muitos versos.
Sou palavra-prima que só rima por um e por si mesma.
Meu desejo é cair na boca do povo.

Debora disse...

Um relógio sem horas conta o meu
Tempo
Tem
Começo- forma- cheiro- nomes- curvas- lugar - fim

(.)

Tempo é um jardim de incertezas
Onde cultivo rosas, espinhos e ervas daninhas
Imaginários e idos
Guardados em antigos retratos

Ei, um buraco negro engoliu meus sonhos!!!! Devolva-me

Desacelero o relógio,
Corto os pulsos do tempo,
Escoam pétalas e voam insetos
No início, o tempo acabou.

D. disse...

Esta vida é texto de muitas entrelinhas.
Este poema é face de muitos versos.
Gostaria de encontrar meu pretérito mais que perfeito.
Repartir as orações sem sujeito entre os sujeitos sem predicados.
Será esta minha sina?
Ser palavra-prima que só rima consigo mesma?
Meu desejo é cair na boca do povo.
É deitar letra e acordar música.
É deitar gente e acordar estrela.
É ser lua-cheia de mim
E dizer siiiimmm ao lobo-mau.